::: DESCARTE APROPRIADO DE FILMES RADIOGRÁFICOS :::
Introdução:
Os
filmes radiográficos mais conhecidos como “chapas de Raio-X” são muito
utilizados por médicos, radiologistas, dentistas e veterinários para o
diagnóstico de doenças e traumas. Em 2012 estimava-se que aproximadamente
metade dos pedidos de exames em diagnóstico por imagem, em todo o mundo, fossem
de radiografias, porém uma grande parte da população não conhece a maneira
correta de descartar essas “chapas”.
Em
sua composição os filmes radiográficos possuem quatro elementos básicos:
1. Base plástica
Feita de acetato de celulose claro e transparente atuando como suporte para a
emulsão.
2. Camada
de Adesivo Fina Responsável em fixar a emulsão na base.
3.
Emulsão Composta de cristas de prata, brometos, que ficam envoltos em uma
matriz de gelatina. Fica em ambos os lados, e depois de atingidos ficam
sensibilizados e são reduzidos à prata negra metálica que fica visível no
processamento.
4. Camada
protetora para a emulsão de acidentes mecânicos e é feito de gelatina
transparente.
O processo de revelação do filme é divido em
algumas etapas. A primeira delas é a Revelação em que são utilizados alguns
reveladores químicos, como os usados para a redução dos grãos de brometo de
prata expostos a luz é esse procedimento que os converte em prata metálica
visível. Esse método é realizado pelos químicos: fenidona e hidroquinoma. Após passar pelo revelador, o filme é transportado
para um segundo tanque que contém uma solução fixadora. O fixador é uma mistura
de várias soluções químicas que podem desempenhar as funções de neutralização,
clareamento e conservação. O próximo estágio do filme é passar por um banho de
água para retirar dele a solução fixadora em contato com a emulsão. É muito
importante remover todo o tiosulfato proveniente do fixador. A quantidade de
tiosulfato retida na emulsão determina o tempo de vida útil da radiografia do
filme processado. Secagem é a última etapa do processamento do filme. Em
uma processadora automática o filme passa em uma câmara por onde circula o ar
quente.
Após o termino da revelação são encontrados
três efluentes: o revelador, o fixador e a água residual. Seu correto descarte
está estabelecido na RDC 306/2004 da ANVISA, contudo fato bastante preocupante
é a forma com que a população descarta os filmes posteriormente. Por falta de um correto gerenciamento de resíduos
sólidos, seja por parte da gestão pública ou privada, os resíduos de chapas
radiográficas e filmes tem sido destinados incorretamente à lixões a céu aberto
ou mesmo aterros sanitários em muitas cidades do Brasil e do mundo podendo
atingir os lençóis freáticos e causarem imensos danos à saúde humana e animal.
Acetatos depositados em aterros comuns podem levar mais de cem anos para serem
degradados.
Na
Universidade de São Paulo (USP) há um projeto de reciclagem das chapas, no qual
a prata contida no filme é extraída para confecção de bijuterias e o acetato é
encaminhado para empresas especializadas podendo ser triturado e utilizado na
produção de diversos produtos como embalagens. Segue abaixo uma entrevista
realizada com a Dr. Cecília H. T. Cavalheiro chefe
do LRQ PUSP-SC:
1) Existe mais alguma pesquisa relacionada a reciclagem das chapas sendo realizada recentemente pelos estudantes ou professores? Se sim, podemos saber um pouco mais sobre?
1) Existe mais alguma pesquisa relacionada a reciclagem das chapas sendo realizada recentemente pelos estudantes ou professores? Se sim, podemos saber um pouco mais sobre?
R: Aqui no LRQ nós continuamos com a pesquisa da reciclagem das chapas de
Raio-X. Estou encaminhado, em anexo, nosso trabalho apresentado em um
congresso.
2) O plástico que sobra das chapas também é reaproveitado pela faculdade ou enviado para outros locais de reciclagem?
2) O plástico que sobra das chapas também é reaproveitado pela faculdade ou enviado para outros locais de reciclagem?
R: O acetato (plástico azul) é encaminhado
para reciclagem.
3) Quantas toneladas de chapas são arrecadadas por ano e conforme os anos passam, essa quantia aumenta ou diminui?
3) Quantas toneladas de chapas são arrecadadas por ano e conforme os anos passam, essa quantia aumenta ou diminui?
R: Ano passado recebemos em torno de 1000
chapas de raio-x para limpeza. Essa quantidade tende a diminuir devido à
substituição da forma de apresentação do exame em papel impresso e não mais
revelação. Isso também diminui a quantidade de resíduos químicos de revelador e
fixador.
4) Quem trabalha com esse processo de
reciclagem corre algum risco de saúde por causa dos compostos químicos?
R: O mesmo risco já existente para
quem trabalha em laboratório com produtos químicos.
5) Há alguma palestra oferecida pela faculdade
relacionada ao descarte do material?
R: Trabalhados em conjunto com o
USP Recicla e estamos sempre a disposição para realizar palestras sobre o
melhor encaminhamento para o descarte de diversos materiais.
Buscando regularizar o descarte desse tipo de
material foram criadas legislações especificas, entre elas:
O RDC n 306, de 7 de dezembro de 2004 –
Resolução da Diretoria Colegiada que dispõe sobre as formas pelas em que os
resíduos devem ser tratados desde sua geração até a destinação final. Nela são
indicadas penalizações às quais estão sujeitos aqueles que não implantarem os
procedimentos em seu serviço.
O Decreto n 8.468/76 Aprova o regulamento da
Lei n 997/76 que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio
ambiente.
A legislação mais recente sobre o assunto é o PROJETO DE LEI Nº 1208/2015
tendo como autor o deputado NIVALDO MULIM que dispõe sobre o descarte dos filmes radiográficos usados no
estado do RJ.
O projeto tem três
importantes normas a primeira de caráter educacional, a segunda obriga que
instituições públicas e privadas responsáveis pela elaboração desse tipo de exame
possuam recipientes para o descarte dos filmes. E a
terceira, não menos importante, tem por objetivo reduzir ou eliminar a
exposição de seres humanos e animais aos raios x, estimulando junto aos órgão
públicos e privados o uso de radiografias digitalizadas para o diagnóstico.
VÍDEO SOBRE O DESCARTE E REUTILIZAÇÃO DO FILME RADIOGRÁFICO:
Justificativa:
Devido
aos grandes problemas gerados pela falta de conhecimento de boa parte da
população, esse projeto busca uma mudança na forma como esse assunto é
abordado. A conscientização das pessoas é de extrema importância para que
ocorra uma mudança no tratamento dado a esses filmes radiográficos.
Objetivo Geral:
Eliminar
o mal descarte e armazenamento de filmes radiográficos pela população da cidade
e região metropolitana de São Paulo, estimulando o uso de radiografias
digitalizadas.
Objetivo Específico:
Conscientizar
a população sobre os riscos a saúde e ao meio ambiente decorrentes do mal
descarte e armazenamento de filmes radiográficos.
Métodos:
A
elaboração e divulgação de uma cartilha educativa sobre o tema apresentado, como segue abaixo.
Capa e contra-capa da cartilha;
Miolo com o conteúdo da cartilha;
Referências Bibliográficas:
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