segunda-feira, 23 de maio de 2016

PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL:


::: DESCARTE APROPRIADO DE FILMES RADIOGRÁFICOS :::


Introdução:

Os filmes radiográficos mais conhecidos como “chapas de Raio-X” são muito utilizados por médicos, radiologistas, dentistas e veterinários para o diagnóstico de doenças e traumas. Em 2012 estimava-se que aproximadamente metade dos pedidos de exames em diagnóstico por imagem, em todo o mundo, fossem de radiografias, porém uma grande parte da população não conhece a maneira correta de descartar essas “chapas”.
Em sua composição os filmes radiográficos possuem quatro elementos básicos:
1. Base plástica Feita de acetato de celulose claro e transparente atuando como suporte para a emulsão.
2. Camada de Adesivo Fina Responsável em fixar a emulsão na base.
3. Emulsão Composta de cristas de prata, brometos, que ficam envoltos em uma matriz de gelatina. Fica em ambos os lados, e depois de atingidos ficam sensibilizados e são reduzidos à prata negra metálica que fica visível no processamento.
4. Camada protetora para a emulsão de acidentes mecânicos e é feito de gelatina transparente.



O processo de revelação do filme é divido em algumas etapas. A primeira delas é a Revelação em que são utilizados alguns reveladores químicos, como os usados para a redução dos grãos de brometo de prata expostos a luz é esse procedimento que os converte em prata metálica visível. Esse método é realizado pelos químicos: fenidona e hidroquinoma. Após passar pelo revelador, o filme é transportado para um segundo tanque que contém uma solução fixadora. O fixador é uma mistura de várias soluções químicas que podem desempenhar as funções de neutralização, clareamento e conservação. O próximo estágio do filme é passar por um banho de água para retirar dele a solução fixadora em contato com a emulsão. É muito importante remover todo o tiosulfato proveniente do fixador. A quantidade de tiosulfato retida na emulsão determina o tempo de vida útil da radiografia do filme processado. Secagem é a última etapa do processamento do filme. Em uma processadora automática o filme passa em uma câmara por onde circula o ar quente.
Após o termino da revelação são encontrados três efluentes: o revelador, o fixador e a água residual. Seu correto descarte está estabelecido na RDC 306/2004 da ANVISA, contudo fato bastante preocupante é a forma com que a população descarta os filmes posteriormente. Por falta de um correto gerenciamento de resíduos sólidos, seja por parte da gestão pública ou privada, os resíduos de chapas radiográficas e filmes tem sido destinados incorretamente à lixões a céu aberto ou mesmo aterros sanitários em muitas cidades do Brasil e do mundo podendo atingir os lençóis freáticos e causarem imensos danos à saúde humana e animal. Acetatos depositados em aterros comuns podem levar mais de cem anos para serem degradados.
Na Universidade de São Paulo (USP) há um projeto de reciclagem das chapas, no qual a prata contida no filme é extraída para confecção de bijuterias e o acetato é encaminhado para empresas especializadas podendo ser triturado e utilizado na produção de diversos produtos como embalagens. Segue abaixo uma entrevista realizada com a Dr. Cecília H. T. Cavalheiro chefe do LRQ PUSP-SC:
 
1) Existe mais alguma pesquisa relacionada a reciclagem das chapas sendo realizada recentemente pelos estudantes ou professores? Se sim, podemos saber um pouco mais sobre?
R: Aqui no LRQ nós continuamos com a pesquisa da reciclagem das chapas de Raio-X. Estou encaminhado, em anexo, nosso trabalho apresentado em um congresso.

2) O plástico que sobra das chapas também é reaproveitado pela faculdade ou enviado para outros locais de reciclagem?
R: O acetato (plástico azul) é encaminhado para reciclagem.
 
3) Quantas toneladas de chapas são arrecadadas por ano e conforme os anos passam, essa quantia aumenta ou diminui?  
                                                                                   
R: Ano passado recebemos em torno de 1000 chapas de raio-x para limpeza. Essa quantidade tende a diminuir devido à substituição da forma de apresentação do exame em papel impresso e não mais revelação. Isso também diminui a quantidade de resíduos químicos de revelador e fixador.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                
 4) Quem trabalha com esse processo de reciclagem corre algum risco de saúde por causa dos compostos químicos? 

R: O mesmo risco já existente para quem trabalha em laboratório com produtos químicos.
 
5) Há alguma palestra oferecida pela faculdade relacionada ao descarte do material?

R: Trabalhados em conjunto com o USP Recicla e estamos sempre a disposição para realizar palestras sobre o melhor encaminhamento para o descarte de diversos materiais.

Buscando regularizar o descarte desse tipo de material foram criadas legislações especificas, entre elas:
O RDC n 306, de 7 de dezembro de 2004 – Resolução da Diretoria Colegiada que dispõe sobre as formas pelas em que os resíduos devem ser tratados desde sua geração até a destinação final. Nela são indicadas penalizações às quais estão sujeitos aqueles que não implantarem os procedimentos em seu serviço.
O Decreto n 8.468/76 Aprova o regulamento da Lei n 997/76 que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente.
A legislação mais recente sobre o assunto é o PROJETO DE LEI  1208/2015 tendo como autor o deputado NIVALDO MULIM que dispõe sobre o descarte dos filmes radiográficos usados no estado do RJ.
O projeto tem três importantes normas a primeira de caráter educacional, a segunda obriga que instituições públicas e privadas responsáveis pela elaboração desse tipo de exame possuam recipientes para o descarte dos filmes. E a terceira, não menos importante, tem por objetivo reduzir ou eliminar a exposição de seres humanos e animais aos raios x, estimulando junto aos órgão públicos e privados o uso de radiografias digitalizadas para o diagnóstico. 

VÍDEO SOBRE O DESCARTE E REUTILIZAÇÃO DO FILME RADIOGRÁFICO:


Justificativa:
Devido aos grandes problemas gerados pela falta de conhecimento de boa parte da população, esse projeto busca uma mudança na forma como esse assunto é abordado. A conscientização das pessoas é de extrema importância para que ocorra uma mudança no tratamento dado a esses filmes radiográficos.

Objetivo Geral:
Eliminar o mal descarte e armazenamento de filmes radiográficos pela população da cidade e região metropolitana de São Paulo, estimulando o uso de radiografias digitalizadas.
Objetivo Específico:
Conscientizar a população sobre os riscos a saúde e ao meio ambiente decorrentes do mal descarte e armazenamento de filmes radiográficos.
Métodos:
A elaboração e divulgação de uma cartilha educativa sobre o tema apresentado, como segue abaixo.
Capa e contra-capa da cartilha;


Miolo com o conteúdo da cartilha;



Referências Bibliográficas:


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