Este Blog destina-se a expor as ideias, estudos e progressões do curso de Letras, período noturno, da Universidade Paulista UNIP - Campus Vergueiro. São Paulo/SP.
Componentes deste grupo: Ana, Fabio, Larissa, Leticia e Marina.
Trata-se de
uma dicotomia que consiste nas relações entre dois elementos linguísticos: o
paradigma e o sintagma. Vamos definir tais domínios: segundo essa dicotomia -
não apenas frases, mas também palavras e até signos extralinguísticos -,
possuem dois eixos: um de seleção e outro de combinação. Na frase "Eu
comprei um carro novo", há possibilidades combinatórias claras, tais como
"Um carro novo eu comprei" (mudança de ordem das palavras) ou outras,
como ao acrescentarmos novos termos à oração. Também há quase inumeráveis
possibilidades seletivas, tais como: "eu / ele / tu / João / Dina -
comprou / vendeu / roubou / explodiu - um / dois / três / muitos - carros /
foguetes / caminhões - novos / velhos / antigos / raros". O eixo de
seleção proposto pela relação paradigmática, então, corresponde às palavras que
podem ocupar determinado lugar em uma sentença.
O paradigma
não é qualquer associação de signos pelo som e pelos sentidos, mas uma série de
elementos linguísticos suscetíveis de figurar no mesmo local do enunciado, se o
sentido for outro. Assim, no enunciado foi teu avô, no lugar de teu, poderiam
figurar, se o sentido do enunciado fosse outro, os termos seu, meu, nosso, o,
um etc. Esses elementos constituem um paradigma, do qual o falante seleciona um
termo para se encaixar no enunciado.
Por outro
lado, no sintagma não se combinam quaisquer elementos aleatoriamente. A
combinação no sintagma obedece a um padrão definido pelo sistema. Assim, por
exemplo, podem-se combinar um artigo e um nome e, nesse caso, o artigo deve
sempre preceder o nome. Em português, é possível a combinação o irmão, mas não
a combinação irmão o.
Por essa
razão, não se deve confundir paradigma com língua e sintagma com fala. Tanto um
quanto outro pertencem ao sistema, aquele por estabelecer os elementos que
podem figurar num dado ponto da cadeia falada e este por obedecer a um padrão
rígido de combinação.
O estudo da Linguística tal como nos é apresentada
por Saussure tem por objetivo compreender a linguagem humana, priorizando a
análise descritiva e explicativa da língua oral, como ela é de fato falada
pelas pessoas, porém sem deixar de lado o fato de que essa mesma língua está em
uma transformação quase que constante, o que difere totalmente da linguística histórica
ou comparativa. Neste ponto, encontramos uma prioridade nos estudos
linguísticos saussurianos que são os estudos sincrônicos em relação aos
diacrônicos.
Por estudo diacrônico entende-se a análise de uma
língua em seu processo de transformações históricas, ou seja, o estudo de uma
língua por meio de sua evolução histórica. Para Saussure, a linguística deveria
centrar suas atenções na descrição de um estado de língua, ignorando as
transformações que a antecederam e as que se sucederão. O estudo sincrônico é o
estudo de uma língua em um determinado período de tempo, como se esta fosse
algo estático, ignorando suas transformações em função do tempo e tudo o que
pode vir a causar essas mudanças. O estudo sincrônico caracteriza-se, assim,
como a análise/descrição de um estado da língua em determinado momento no
tempo, seja esse tempo o presente ou o passado. Esse é o estudo que deve ser
priorizado na linguística. Mas é preciso pensar que ser prioritário não
significa ser exclusivo, o que explica o fato de a linguística ter continuado
com seus estudos históricos também.
Em suma, no estudo sincrônico o elemento
linguístico está sendo definido na relação que ele estabelece com os outros
elementos da língua naquele estado em que a língua se apresenta, ou seja,
naquele dado ponto fixado no tempo. No estudo diacrônico, o elemento
linguístico está sendo definido em relação aos elementos linguísticos que o
antecederam ou sucederam em diferentes pontos na linha do tempo (processo de
evolução), portanto, quando pensamos nos aspectos estáticos da língua, estamos
nos referindo ao que é sincrônico e quando pensamos nos aspectos dinâmicos da
língua, relacionados à sua evolução, estamos nos referindo ao que é diacrônico.
Segundo a perspectiva Saussuriana, que
tem como objeto de estudo a língua, reconhecendo que para estudá-la é
necessário recorrer à fala, a língua só pode ser modificada em conjunto,
ninguém individualmente pode fazer mudanças ou criar algo novo, isso somente
pode ocorrer em coletividade.
Para Saussure a fala é um “ato
individual de vontade e inteligência” que sofre com várias intervenções, como
social, emocionais, regionais e etc.
Língua e fala estão mutualmente ligadas,
a língua é necessária para a fala e vice versa.
O
Estruturalismo teve como ponto inicial o lançamento de “Curso de Linguista Geral”,
em 1916, livro póstumo de Ferdinand de Saussure, escrito e lançado por seus
alunos.
Para Saussure
a língua é um sistema, ou seja, conjuntos de unidades organizadas e que obedecem
a determinados princípios. Sua teoria pode ser explicada em quatro dicotomias, sobre
as quais falaremos nos próximos posts. Mas, antes, precisamos falar sobre o que
é considerado texto para o Estruturalismo.
Para o
Estruturalismo texto é aquilo que é verbal, ou seja, tudo que pode ser expresso
em palavras sejam estas escritas ou faladas. E não leva em conta o que não é verbal, imagens e gestos, por exemplo, não são considerados texto para essa
teoria.
Esta obra foi publicada em 1916 com base nas anotações das aulas ministradas pelo já falecido Ferdinand de Saussure. Sua teoria estabelece o estudo da Linguística como uma ciência independente, pois até então os estudos relacionados a língua eram realizados pela vertente de outras ciências. A publicação se tornou um marco e hoje é a principal referência no estudo do Estruturalismo.
O livro traz as teorias e propostas para estudo da língua como as dicotomias sincronia e diacronia e significado e significante.
Uma diferença apontada é entre a linguística da fala e a linguística da língua e entre elas Saussure escolhe a língua, que é independente do falante e social, já a fala é individual, é o uso da língua pelo falante. Dentro desse parâmetro o estudioso é o primeiro a propor a semiologia que é basicamente o estudo dos signos que compõem a língua.
Para Saussure a língua deve ser estudada pela sincronia, ou seja, em um determinado período e não no decorrer da história, vertente que ganhou grande avanço no século XIX. Outro parâmetro de estudo é a separação dos elementos externos e internos da língua. O estudo deve ser estrutural, assim tudo o que for além do funcionamento interno da língua é estudado separadamente. É definido também o papel da fonologia dentro da linguística, e apresentado o conceito de imagem acústica.
No livro é apontada a ideia de arbitrariedade do signo, fazendo diferença entre o que é arbitrário e o que é relativamente arbitrário, ao estudarmos a língua como um sistema temos que considerar a limitação do que é arbitrário.
Antes de iniciarmos a leitura de um livro fazemos, inconsciente ou conscientemente, inferências para tentarmos saber sobre o que falará o livro, desde o título do livro à aspectos da capa deste.
Explorando essa capacidade, selecionamos alguns livros e perguntamos a duas pessoas, uma mulher de 47 anos e uma adolescente de 17 anos, o assunto que elas achavam que o livro trataria apenas pelo título e se o pensamento mudava após ver a capa do mesmo.
Anjo Mecânico
A mulher acreditou tratar-se de uma história de um anjo que cuida de algo, antes de depois de ver a capa do livro.
A adolescente achou que conta a história de um anjo feito com partes de metal, assim como o personagem de quadrinhos Cyborg, apenas com o título do livro e após ver a capa achou que conta a história de um homem sedutor que fará uma mulher sofrer.
O livro, na verdade, fala sobre caçadores de demônios, feiticeiros, um mundo de fantasia repleto de mistérios.
Deslembrança
A mulher disse que trata-se de uma história sobre algo que você não se lembra mais, algo que não tem passado.
A adolescente acha que trata-se da história de alguém que perdeu a memória.
As opiniões não mudaram após ver a capa.
O livro conta a história fictícia de uma garota que não têm lembranças do passado, apenas do futuro.
Um caso perdido
A mulher acha que trata-se de alho que não tem mais solução, algo que se perdeu e não tem mais volta, antes e após ver a capa.
A adolescente acreditava tratar-se da história de uma menina que sofre por um garoto antes de ver a capa e acrescentou que parece ser uma menina introvertida após ver a capa.
A história trata-se de uma garota que se apaixona e no meio dessa paixão descobre fatos aterrorizantes sobre sua infância, os quais não se lembrava mais.
Como viver eternamente
A mulher disse que acha tratar-se de um livro sobre paz de espírito antes e depois de ver a capa.
A adolescente disse que acha que é a história de alguém que quer realizar todos os sonhos antes de morrer, e disse que a capa a lembrou de Jack Frost, personagem de uma animação infantil.
O livro trata-se da história de um garoto de 11 anos que tem leucemia e começa a escrever um livro em forma de diário onde conta acontecimentos do seu cotidiano, seus sonhos e suas tantas perguntas sem resposta.
E - () do que voçê falou pra ele, não entendi direito.
L - é só pra colocar no... na ficha
R - que a gente vai precisar de ajuda né, essa transcrição não é tão fácil não né de fazer, tem aqueles simbolos, aquele negócio lá...
R - vixi, sé loco
((Risos))
R - a professora falou que é um minuto de conversa e você fica uma hora fazendo a transcrição.
((inaudível))
((Risos))
((inaudível))
R - até mais até, mais de uma hora ((inaudivel))... é sério que ta gravando?
((inaudível))
A - () ta sem formato né? beleza, tá bom.
R - tá valendo já
Risos
L - oh Mari, sobre a atividade complementar, assim a gente... quando... é, a gente faz a atividade complementar e a gente faz o relatório que tem lá... na...
M - é, o modelinho do relatório.
L - e a gente coloca, tem outra folha também que é tipo parecido com a da APS, e lá... coloca lá tambem?
M - então, o que eu entendi é que você vai anotar lá tipo a data que você fez a... que você assistiu... alguma coisa...
L - a data e põe a...
M - e põe o título de sobre o que que era, olha, peça de teatro tal...
R - ja foi?
M - ai você põe um número de horas e a Joana assina naquela ficha também, entendeu? é só pra voê ter o controle, foi isso o que eu entendi pelo menos.
A - (já é).
((inaudível))
M - ai tem que ver com ela... em relação a apresentação que eu não, eu fui la na sala dela hoje era uma seis e poquinho ela ainda não estava.
R - ah é verdade né ()
M - se a gente vai ter que apresentar o trabalho na segunda-feira.
R - olha, ela falou ontem que era só: entregar né... então...
M - Então mas como ela esta =
R - [mas.
M - = reservando uma aula inteira só pra entrega desse trabalho e tem video, tem a car(), eu acho que a gente vai apresentar.
R - é não duvído, não descartaria essa =
M - [por que se não ela falaria pra gente entregar no dia da prova.
R - = possibilidade.
R - faz sentido.
M - ai tem que ver com ela se a gente vai ter disponivel... o: datashow pra passar video ou se vai ser só uma apresentação...
R - tem lá embaixo, não tem? datashow...
M - então, só que acho que tem reservar a sala e deve ser o professor que tem que fazer.
R - ai ja não sei..
M - eu vou ver com ela, eu não consegui encontrar com ela hoje, ela não estava.
R - é
L - mas hoje tem aula do Helcius e ela sempre atrapalha a aula do Helcius.
R - é verdade, o Helcius, ele chama... a Joana... ele sempre ()
A - apaga, apaga.
segunda-feira, 23 de maio de 2016
PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ::: DESCARTE APROPRIADO DE FILMES RADIOGRÁFICOS :::
Introdução:
Os
filmes radiográficos mais conhecidos como “chapas de Raio-X” são muito
utilizados por médicos, radiologistas, dentistas e veterinários para o
diagnóstico de doenças e traumas. Em 2012 estimava-se que aproximadamente
metade dos pedidos de exames em diagnóstico por imagem, em todo o mundo, fossem
de radiografias, porém uma grande parte da população não conhece a maneira
correta de descartar essas “chapas”.
Em
sua composição os filmes radiográficos possuem quatro elementos básicos:
1. Base plástica
Feita de acetato de celulose claro e transparente atuando como suporte para a
emulsão.
2. Camada
de Adesivo Fina Responsável em fixar a emulsão na base.
3.
Emulsão Composta de cristas de prata, brometos, que ficam envoltos em uma
matriz de gelatina. Fica em ambos os lados, e depois de atingidos ficam
sensibilizados e são reduzidos à prata negra metálica que fica visível no
processamento.
4. Camada
protetora para a emulsão de acidentes mecânicos e é feito de gelatina
transparente.
O processo de revelação do filme é divido em
algumas etapas. A primeira delas é a Revelação em que são utilizados alguns
reveladores químicos, como os usados para a redução dos grãos de brometo de
prata expostos a luz é esse procedimento que os converte em prata metálica
visível. Esse método é realizado pelos químicos: fenidona e hidroquinoma.Após passar pelo revelador, o filme é transportado
para um segundo tanque que contém uma solução fixadora. O fixador é uma mistura
de várias soluções químicas que podem desempenhar as funções de neutralização,
clareamento e conservação. O próximo estágio do filme é passar por um banho de
água para retirar dele a solução fixadora em contato com a emulsão. É muito
importante remover todo o tiosulfato proveniente do fixador. A quantidade de
tiosulfato retida na emulsão determina o tempo de vida útil da radiografia do
filme processado. Secagem é a última etapa do processamento do filme. Em
uma processadora automática o filme passa em uma câmara por onde circula o ar
quente.
Após o termino da revelação são encontrados
três efluentes: o revelador, o fixador e a água residual. Seu correto descarte
está estabelecido na RDC 306/2004 da ANVISA, contudo fato bastante preocupante
é a forma com que a população descarta os filmes posteriormente. Por falta de um correto gerenciamento de resíduos
sólidos, seja por parte da gestão pública ou privada, os resíduos de chapas
radiográficas e filmes tem sido destinados incorretamente à lixões a céu aberto
ou mesmo aterros sanitários em muitas cidades do Brasil e do mundo podendo
atingir os lençóis freáticos e causarem imensos danos à saúde humana e animal.
Acetatos depositados em aterros comuns podem levar mais de cem anos para serem
degradados.
Na
Universidade de São Paulo (USP) há um projeto de reciclagem das chapas, no qual
a prata contida no filme é extraída para confecção de bijuterias e o acetato é
encaminhado para empresas especializadas podendo ser triturado e utilizado na
produção de diversos produtos como embalagens. Segue abaixo uma entrevista
realizada com a Dr. Cecília H. T. Cavalheiro chefe
do LRQ PUSP-SC: 1) Existe mais alguma pesquisa
relacionada a reciclagem das chapas sendo realizada recentemente pelos
estudantes ou professores? Se sim, podemos saber um pouco mais sobre?
R: Aqui no LRQ nós continuamos com a pesquisa da reciclagem das chapas de
Raio-X. Estou encaminhado, em anexo, nosso trabalho apresentado em um
congresso.
2) O plástico que sobra das chapas também é reaproveitado pela faculdade ou
enviado para outros locais de reciclagem?
R: O acetato (plástico azul) é encaminhado
para reciclagem.
3) Quantas toneladas de chapas são arrecadadas por ano e conforme os anos
passam, essa quantia aumenta ou diminui?
R: Ano passado recebemos em torno de 1000
chapas de raio-x para limpeza. Essa quantidade tende a diminuir devido à
substituição da forma de apresentação do exame em papel impresso e não mais
revelação. Isso também diminui a quantidade de resíduos químicos de revelador e
fixador.
4) Quem trabalha com esse processo de
reciclagem corre algum risco de saúde por causa dos compostos químicos?
R: O mesmo risco já existente para
quem trabalha em laboratório com produtos químicos.
5) Há alguma palestra oferecida pela faculdade
relacionada ao descarte do material?
R: Trabalhados em conjunto com o
USP Recicla e estamos sempre a disposição para realizar palestras sobre o
melhor encaminhamento para o descarte de diversos materiais.
Buscando regularizar o descarte desse tipo de
material foram criadas legislações especificas, entre elas:
O RDC n 306, de 7 de dezembro de 2004 –
Resolução da Diretoria Colegiada que dispõe sobre as formas pelas em que os
resíduos devem ser tratados desde sua geração até a destinação final. Nela são
indicadas penalizações às quais estão sujeitos aqueles que não implantarem os
procedimentos em seu serviço.
O Decreto n 8.468/76 Aprova o regulamento da
Lei n 997/76 que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio
ambiente.
A legislação mais recente sobre o assunto é o PROJETO DE LEINº1208/2015
tendo como autor o deputado NIVALDO MULIM que dispõe sobre o descarte dos filmes radiográficos usados no
estado do RJ.
O projeto tem três
importantes normas a primeira de caráter educacional, a segunda obriga que
instituições públicas e privadas responsáveis pela elaboração desse tipo de exame
possuam recipientes para o descarte dos filmes. E a
terceira, não menos importante, tem por objetivo reduzir ou eliminar a
exposição de seres humanos e animais aos raios x, estimulando junto aos órgão
públicos e privados o uso de radiografias digitalizadas para o diagnóstico.
VÍDEO SOBRE O DESCARTE E REUTILIZAÇÃO DO FILME RADIOGRÁFICO:
Justificativa:
Devido
aos grandes problemas gerados pela falta de conhecimento de boa parte da
população, esse projeto busca uma mudança na forma como esse assunto é
abordado. A conscientização das pessoas é de extrema importância para que
ocorra uma mudança no tratamento dado a esses filmes radiográficos.
Objetivo Geral:
Eliminar
o mal descarte e armazenamento de filmes radiográficos pela população da cidade
e região metropolitana de São Paulo, estimulando o uso de radiografias
digitalizadas.
Objetivo Específico:
Conscientizar
a população sobre os riscos a saúde e ao meio ambiente decorrentes do mal
descarte e armazenamento de filmes radiográficos.
Métodos:
A
elaboração e divulgação de uma cartilha educativa sobre o tema apresentado, como segue abaixo.
RESENHA: Capítulo I - "O conhecimento prévio na leitura"
TEXTO & LEITOR - Aspectos Cognitivos da Leitura.
Angela Kleiman
Em sua aclamada obra Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da
Leitura (Pontes, 2013, 15ª Ed.) Ângela Kleiman PhD em Linguística pela University
of Illinois EUA e uma das mais reconhecidas linguistas no âmbito
ensino-aprendizagem de leitura, traz um conjunto de ideias acerca da
compreensão textual.
Em seu primeiro capítulo intitulado “O conhecimento prévio
na leitura “Kleiman apresenta três diferentes tipos de conhecimento necessários
para compreensão de qualquer texto, sendo eles no âmbito linguístico, textual e
de conhecimento de mundo. No decorrer do capítulo fica claro que o processo de
leitura é interativo e cria um diálogo entre autor e leitor dependendo de ambos
o entendimento do texto.
Dentro da linguística temos o conhecimento da língua que
abrange não somente o vocabulário como também as regras e uso da mesma. É
importante possuir certo conhecimento lexical, mas também os conceitos
embutidos nas palavras, pois uma troca de palavras pode acarretar em uma
mudança de sentido no texto.
Já o conhecimento textual aborda as noções e conceitos sobre
o texto, obtido pelo contato com os diferentes gêneros, pois ao nos depararmos
com uma narrativa quando já tido contato com o gênero já sabe-se o que esperar
no sentido estrutural e por vezes os recursos utilizados na elaboração da obra.
O terceiro conhecimento é de mundo que basicamente são as
experiências vivenciadas ou observadas no decorrer da vida, pois quando nos
deparamos com qualquer texto é ativado na memória toda e qualquer informação
que possuímos sobre a temática abordada, sendo um conhecimento
extralinguístico, ou seja, está fora da língua e depende inteiramente do
interlocutor e dos esquemas já absorvidos por ele. É afirmado na obra que após a leitura nos
recordamos com maior clareza das inferências que criamos com base em nosso
conhecimento prévio sobre o assunto abordado e nas informações implícitas
contidas no texto.
Pode-se observar que o processo de leitura é complexo, mas
realizado de maneira simples. Tendo como base as informações disseminadas nesse
capítulo é clara a importância da prática docente para uma maior compreensão do
que se é lido, buscando desenvolver principalmente o conhecimento textual, pois
quanto maior o contato com diversos gêneros é facilitado o entendimento.