segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Dicotomia: Paradigma X Sintagma

Trata-se de uma dicotomia que consiste nas relações entre dois elementos linguísticos: o paradigma e o sintagma. Vamos definir tais domínios: segundo essa dicotomia - não apenas frases, mas também palavras e até signos extralinguísticos -, possuem dois eixos: um de seleção e outro de combinação. Na frase "Eu comprei um carro novo", há possibilidades combinatórias claras, tais como "Um carro novo eu comprei" (mudança de ordem das palavras) ou outras, como ao acrescentarmos novos termos à oração. Também há quase inumeráveis possibilidades seletivas, tais como: "eu / ele / tu / João / Dina - comprou / vendeu / roubou / explodiu - um / dois / três / muitos - carros / foguetes / caminhões - novos / velhos / antigos / raros". O eixo de seleção proposto pela relação paradigmática, então, corresponde às palavras que podem ocupar determinado lugar em uma sentença.

O paradigma não é qualquer associação de signos pelo som e pelos sentidos, mas uma série de elementos linguísticos suscetíveis de figurar no mesmo local do enunciado, se o sentido for outro. Assim, no enunciado foi teu avô, no lugar de teu, poderiam figurar, se o sentido do enunciado fosse outro, os termos seu, meu, nosso, o, um etc. Esses elementos constituem um paradigma, do qual o falante seleciona um termo para se encaixar no enunciado.

Por outro lado, no sintagma não se combinam quaisquer elementos aleatoriamente. A combinação no sintagma obedece a um padrão definido pelo sistema. Assim, por exemplo, podem-se combinar um artigo e um nome e, nesse caso, o artigo deve sempre preceder o nome. Em português, é possível a combinação o irmão, mas não a combinação irmão o.


Por essa razão, não se deve confundir paradigma com língua e sintagma com fala. Tanto um quanto outro pertencem ao sistema, aquele por estabelecer os elementos que podem figurar num dado ponto da cadeia falada e este por obedecer a um padrão rígido de combinação.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Dicotomia: Diacronia X Sincronia

O estudo da Linguística tal como nos é apresentada por Saussure tem por objetivo compreender a linguagem humana, priorizando a análise descritiva e explicativa da língua oral, como ela é de fato falada pelas pessoas, porém sem deixar de lado o fato de que essa mesma língua está em uma transformação quase que constante, o que difere totalmente da linguística histórica ou comparativa. Neste ponto, encontramos uma prioridade nos estudos linguísticos saussurianos que são os estudos sincrônicos em relação aos diacrônicos.

Por estudo diacrônico entende-se a análise de uma língua em seu processo de transformações históricas, ou seja, o estudo de uma língua por meio de sua evolução histórica. Para Saussure, a linguística deveria centrar suas atenções na descrição de um estado de língua, ignorando as transformações que a antecederam e as que se sucederão. O estudo sincrônico é o estudo de uma língua em um determinado período de tempo, como se esta fosse algo estático, ignorando suas transformações em função do tempo e tudo o que pode vir a causar essas mudanças. O estudo sincrônico caracteriza-se, assim, como a análise/descrição de um estado da língua em determinado momento no tempo, seja esse tempo o presente ou o passado. Esse é o estudo que deve ser priorizado na linguística. Mas é preciso pensar que ser prioritário não significa ser exclusivo, o que explica o fato de a linguística ter continuado com seus estudos históricos também.


Em suma, no estudo sincrônico o elemento linguístico está sendo definido na relação que ele estabelece com os outros elementos da língua naquele estado em que a língua se apresenta, ou seja, naquele dado ponto fixado no tempo. No estudo diacrônico, o elemento linguístico está sendo definido em relação aos elementos linguísticos que o antecederam ou sucederam em diferentes pontos na linha do tempo (processo de evolução), portanto, quando pensamos nos aspectos estáticos da língua, estamos nos referindo ao que é sincrônico e quando pensamos nos aspectos dinâmicos da língua, relacionados à sua evolução, estamos nos referindo ao que é diacrônico.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Dicotomia: Língua X Fala

Segundo a perspectiva Saussuriana, que tem como objeto de estudo a língua, reconhecendo que para estudá-la é necessário recorrer à fala, a língua só pode ser modificada em conjunto, ninguém individualmente pode fazer mudanças ou criar algo novo, isso somente pode ocorrer em coletividade.

Para Saussure a fala é um “ato individual de vontade e inteligência” que sofre com várias intervenções, como social, emocionais, regionais e etc.


Língua e fala estão mutualmente ligadas, a língua é necessária para a fala e vice versa.

sábado, 19 de novembro de 2016

O que é considerado texto para o Estuturalismo

O Estruturalismo teve como ponto inicial o lançamento de “Curso de Linguista Geral”, em 1916, livro póstumo de Ferdinand de Saussure, escrito e lançado por seus alunos.

Para Saussure a língua é um sistema, ou seja, conjuntos de unidades organizadas e que obedecem a determinados princípios. Sua teoria pode ser explicada em quatro dicotomias, sobre as quais falaremos nos próximos posts. Mas, antes, precisamos falar sobre o que é considerado texto para o Estruturalismo.

Para o Estruturalismo texto é aquilo que é verbal, ou seja, tudo que pode ser expresso em palavras sejam estas escritas ou faladas. E não leva em conta o que não é verbal, imagens e gestos, por exemplo, não são considerados texto para essa teoria.

domingo, 13 de novembro de 2016

Resumo: LIVRO - Curso de Linguística Geral




Esta obra foi publicada em 1916 com base nas anotações das aulas ministradas pelo já falecido Ferdinand de Saussure. Sua teoria estabelece o estudo da Linguística como uma ciência independente, pois até então os estudos relacionados a língua eram realizados pela vertente de outras ciências. A publicação se tornou um marco e hoje é a principal referência no estudo do Estruturalismo.
O livro traz as teorias e propostas para estudo da língua como as dicotomias sincronia e diacronia e significado e significante.
Uma diferença apontada é entre a linguística da fala e a linguística da língua e entre elas Saussure escolhe a língua, que é independente do falante e social, já a fala é individual, é o uso da língua pelo falante. Dentro desse parâmetro o estudioso é o primeiro a propor a semiologia que é basicamente o estudo dos signos que compõem a língua.
Para Saussure a língua deve ser estudada pela sincronia, ou seja, em um determinado período e não no decorrer da história, vertente que ganhou grande avanço no século XIX. Outro parâmetro de estudo é a separação dos elementos externos e internos da língua. O estudo deve ser estrutural, assim tudo o que for além do funcionamento interno da língua é estudado separadamente. É definido também o papel da fonologia dentro da linguística, e apresentado o conceito de imagem acústica.
No livro é apontada a ideia de arbitrariedade do signo, fazendo diferença entre o que é arbitrário e o que é relativamente arbitrário, ao estudarmos a língua como um sistema temos que considerar a limitação do que é arbitrário.  

domingo, 6 de novembro de 2016

Apresentação: Encontro de Letras

     No dia 24 de outubro, durante a Semana de Letras na UNIP, alunos do primeiro e segundo semestres realizaram uma homenagem aos 100 anos de Linguística.


     Nessa apresentação foi falado um pouco sobre língua, linguagem, as quatro dicotomias de Saussure e qual seu objeto de estudo.

Vídeo da apresentação:





                         
                              Alunas Nicole e Letícia, responsáveis pela apresentação